quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Brasil precisa de uma limpeza...

Em alguns países apregoa-se limpeza étnica, que é uma prática racista odiosa e condenável; por outro lado, no caso do Brasil, uma prática de "limpeza ética" não teria nada de condenável e resolveria muitos problemas do país. Embora filosoficamente muito diferentes, a "limpeza étnica" e a "limpeza ética" são quase iguais em termos fonológicos e operacionais, já que ambas as expressões têm quase o mesmo som e seriam conduzidas da mesma maneira: extermínio em massa. No caso da limpeza étnica, que é condenável, extermina-se com base em critérios raciais; já na limpeza ética, que seria uma solução ótima para o Brasil, exterminar-se-ia políticos corruptos (ou seja, praticamente todos) com base em critérios éticos... Seriam preservados apenas os políticos honestos (sobrariam no país todo, em todos os níveis de poder, talvez uns dois ou três). Fica aqui minha modesta proposta: Façamos a limpeza ética no Brasil! Que sejam exterminados os corruptos, sumariamente e sem piedade, pois eles nunca tiveram piedade do povo!!!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Genesis, antropocentrismo e ecologia


O livro de Genesis, o primeiro da bíblia, contém em seu capítulo 1 os três versículos que reproduzo abaixo:

(26) Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra.”

(27) Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.

(28) Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.”

O Homem feito à imagem e semelhança de Deus? Na minha modesta opinião, tais palavras não passam de puro egocentrismo. O homem, a meu ver, é apenas mais uma criatura, dentre as muitas que habitam este planeta. É verdade que temos certos atributos. Digamos que somos dotados de uma percepção e de uma inteligência que são, provavelmente, um pouco mais refinadas que nas demais espécies; mas essa é uma idéia tendenciosa, afinal foi formulada por nós a respeito de nós mesmos…

Daí a sermos feitos “à imagem e semelhança” daquele que seria o Criador de tudo… Será que não é pretensão demais?

Essa forma antropocêntrica de pensar e enxergar o mundo tem trazido ao longo da história, muito mais danos que benefícios. Ela vem imperando na cultura judaico-cristã há milênios; e a que nos levou, afinal? À contínua degradação do meio-ambiente, sem qualquer remorso; afinal, estamos apenas cumprindo nosso papel: reinando sobre a Natureza, multiplicando-nos e submetendo a Terra aos nossos interesses mais imediatos.

Acontece, senhores, que o planeta chegou finalmente ao seu limite. A situação da Terra é alarmante e não tem retorno. Doravante, estaremos colhendo os frutos de milênios de destruição contínua da Natureza. Aonde esse processo nos levará? Ninguém sabe!

E tudo começou porque nos achamos feitos “à imagem e semelhança” do Criador!

Só para me apresentar...


Amigos visitantes,

Segue abaixo um resumo da minha “trajetória espiritual” até os dias de hoje...

Minha mãe vinha de uma família católica apostólica romana e era, ela mesma, uma praticante regular dessa doutrina; já meu pai, sempre foi um cético em relação à religião, talvez porque sua família não fosse lá tão católica assim. Eu, na infância, convivi com a doutrina e os rituais católicos; fui crismado, fiz primeira comunhão e tive aulas de catecismo na escola; mas apesar dessa inculcação toda, nunca fui um praticante fiel do catolicismo. Às vezes ia à missa, mais para satisfazer minha mãe e minha avó, do que por necessidade interior. Achava tudo aquilo meio distante de mim e sem muita relevância.

Com a adolescência, e talvez devido à rebeldia típica dessa etapa da vida, comecei a perceber certas particularidades dentro do catolicismo, que me pareceram incongruentes e muito contraditórias. Com as primeiras noções de história, analisando a idade média e a colonização das Américas, percebi que o catolicismo para mim, já não fazia nenhum sentido. Nessa mesma época, passei a estudar em uma escola protestante e a freqüentar uma reunião diária de estudos bíblicos; diga-se de passagem, que isto ocorreu mais por interesse em uma menina que ia à mesma reunião, do que por interesse religioso... De qualquer maneira, o protestantismo como doutrina, me parecia mais confiável à época, do que o catolicismo. Mas nunca cheguei a ser devoto de nenhum ramo protestante; ia eventualmente a cultos ou viajava com grupos da escola, não mais que isso.

Ao final da adolescência e início da juventude, mais por curiosidade, comecei a ler clássicos de esquerda: Engels, Lenin, Marx, Mao. Nessa época também entrei na universidade, onde fervilhavam as mais diversas tendências políticas e vivíamos a decadência da ditadura militar. Comecei a militar no PT (o dos “velhos tempos”), e daí a virar “comuna” foi um passo. Comecei comunista clássico, leninista; depois me encantei com o trotskismo. Com o passar dos anos fui simpatizando com idéias de autogestão e um pouco de anarquismo. Desnecessário dizer que virei inimigo declarado de qualquer religião.

Os anos foram se passando e o “materialismo dialético” começou a ser insuficiente para mim; um pouco porque comecei a freqüentar um círculo alternativo, meio “nova era”... Percebi então a espiritualidade como algo manifesto em mim, mas muito atrelado ao meu lado racional e às concepções libertárias pelas quais passei... Nessa época, passei a freqüentar centros de umbanda, que descobri como algo a se considerar e que me trazia algum benefício. Me impressionou a “energia” contida dentro desses rituais...

Passada a fase da umbanda, vaguei a esmo à procura de algo, mas sempre sem me firmar em nada... Cheguei a ir a centros espíritas, um mosteiro zen budista (o zen budismo me impressionou pela disciplina interior e por sua busca tenaz pelo auto-aperfeiçoamento), simpatizei (e simpatizo) com teorias reencarnacionistas, tentei entender mais o animismo, o xamanismo e por aí vai... Nessa fase acabei me aproximando do Santo Daime, onde tive experiências indescritíveis; para uns foram experiências espirituais, para outros foram delírios bioquímicos; para mim mesmo, quem sabe, um pouco dos dois...

Dessa trajetória toda, o que pude tirar é que não sou afeito a me tornar um praticante regular de coisa nenhuma... Prefiro “ser livre para voar”...

Minha concepção de Deus, fruto dessa epopéia espiritual, é muito particular e está, é claro, a anos-luz de distância da forma antropomórfica clássica, vigente nas grandes doutrinas religiosas instituídas...

Percebo muito mais a Deus quando considero, por exemplo, o nível molecular, o interior das células, as particularidades metabólicas (sou biólogo), do que ao ler a bíblia ou outra literatura religiosa qualquer... Deus para mim, não pode estar separado da razão, do senso crítico, da reflexão íntima. Dogmas não me apetecem; eles, para mim, funcionam mais como instrumentos de dominação e ferramentas doutrinárias nas mãos de pessoas (ou instituições) nem sempre bem-intencionadas. Eu acho que a busca espiritual deve ficar longe de qualquer fé cega...

A concepção deísta é antiga em mim, embora eu não a tivesse elaborado em termos finais. Ao ler sobre deísmo, o que tenho feito bastante em tempos recentes, sempre tenho a sensação de estar lendo sobre aquilo que, há muito, está disperso e não-sistematizado dentro da minha mente. É como se essas coisas tivessem sido escritas por mim mesmo! Hoje em dia, me classificaria, em termos espirituais, como um agnóstico deísta, afeiçoado à idéia de reencarnação e ciente de que existe um plano espiritual, do qual não conheço quase nada...

É claro que ainda há muito do cristianismo em mim! Meus princípios morais, minha forma de reverenciar a Deus, minha prática espiritual são, essencialmente, cristãs. Não poderia ser de outra forma, dado que sou “bombardeado” com isso desde a tenra idade... Mas, felizmente, sou espiritualmente livre e minha “imagem de Deus” foi construída por mim mesmo e não por padres, pastores, evangelistas, catequistas, etc.

Acho que o Deísmo tem o potencial para, finalmente, dar o nó, fazer a conexão, interligar definitivamente a ciência e a religião; e se tal junção for feita, o futuro da humanidade será muito promissor! Novos tempos virão e o homem poderá, sem dúvida, atingir um novo plano.

Bom, acho que é só!